A amizade é um dos aspectos fundamentais das relações interpessoais. Podemos relacionarmo-nos com muita gente, no decurso da nossa vida profissional, de vizinhança, comercial ou em vários contextos, mas a amizade é diferente: obriga a um aprofundamento das relações, a um tempo de conhecimento e de aprendizagem, a uma exigência maior em rigor e qualidade. E também, designadamente, uma entrega e um investimento muito maiores, consubstanciados nas componentes do “dar” e do “receber”. Os amigos representam, para as crianças (como para toda a gente), a segurança de que são amados, e que têm também objectos e alvos para o seu amor.
Educar com Afecto é tanto ou mais importante do que educar com os meios e os recursos pedagógicos ideais, para um adequado desenvolvimento das crianças. Para a criança, um amigo é uma segurança, é um recurso para os bons e os maus momentos. Um amigo é, igualmente, um apoio nas brincadeiras, na descoberta do mundo e na vida racional. Também nos sabe dizer o que vai mal e está errado connosco, ajudando-nos a descobrir-nos a nós próprios, nas nossas potencialidades, mas também nas nossas limitações. Ter amigos é uma coisa que deverá perdurar pela vida toda e mais vale poucos e bons do que muitos e “assim-assim”.
A partir dos três anos, uma criança já tem noção do que é a amizade e da importância de um amigo. Na base de uma relação pedagógica entre educadora – criança e criança – criança deverá estar a afectividade e a amizade.
Assim, do dia 7 a 14 de Fevereiro, decidimos comemorar a “A Semana dos Afectos”, com a realização de actividades diversificadas tais como: a exploração de histórias relacionadas com a amizade e partilha; a representação da história da Carochinha; pinturas; composições plásticas; a realização de um postal, de um marcador de livros, um porta-chaves em forma de coração e desenhos para oferecer a um amigo e, a dinamização de jogos relacionados com este tema.
Na realização do jogo do “Amigo Secreto”, foi colocado o nome de cada criança e depois cada um introduziu a sua mão no mesmo, para em sorte lhe sair o nome de um colega. Nesse dia brincaram e partilharam experiências com esse amigo secreto, que por coincidência não eram os seus colegas comuns de brincadeira. Apercebi-me que na infância há amizades muito fortes. A amizade desenvolve-se, vive-se, aceita-se, sofre-se com ela e partilham-se momentos bons.
Os amigos são como nós próprios – é o que nos faz viver grandes entusiasmos e grandes decepções, alegrias e tristezas. Há quem prefira nunca se expor ou dar, com receio de poder vir a sofrer. Essas pessoas poderão conseguir isso, mas perderão também grandes emoções e paixões. O balancear do pêndulo é uma vertente da vida, que há que viver plenamente, para nos sentirmos cada vez melhor e cada vez mais aperfeiçoados, tolerantes, humanos e completos.
Jardim-de-Infância de Silvares – Sala 1
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